É importante
distinguir a função do proprietário da empresa da de gestor da empresa.Empresas
de controlo familiar enfrentam desafios adicionais em relação às demais
empresas. A principal questão diz respeito à determinação de regras que
disciplinem o relacionamento da família com o negócio. Quando isso não é bem
feito, eventuais disputas e conflitos familiares podem ser
levados para dentro da empresa e comprometer o seu funcionamento, trazendo
prejuízos para os resultados dos negócios.
A origem de
boa parte dos conflitos está, normalmente, relacionada com a direcção dos
negócios, a partilha dos resultados e as aspirações de poder na empresa, por
parte dos seus diversos membros. Um dos propósitos do sistema de gestão
corporativa é exactamente fazer uma distinção clara entre propriedade
e gestão. Assim, herdeiros têm direitos como proprietários, mas isso não lhes
confere o direito de serem gestores.
Uma boa prática é a
criação de um conselho de família, que não deve ser confundido com
o conselho de administração. O conselho de família não integra o sistema
de gestão da empresa, como é o caso do conselho de administração, mas tem o
propósito de organizar as expectativas da família em relação à empresa. Deve
funcionar fora da empresa, com um fórum para que a família discuta e resolva
eventuais temas de conflito permitindo levar posições de consenso para a
empresa.
Dentre os temas que
podem ser tratados por esse conselho destacam-se a definição de
critérios para a sucessão e participação na sociedade, a direcção
geral dos negócios, a preservação dos princípios e valores da
família que deverão orientar o negócio, a definição dos
limites entre interesses da família e da empresa, o relacionamento com
demais sócios e até critérios para a indicação de membros para o
conselho de administração.
22º
Tema do programa de Rádio “Minuto do Empresário”